Como tudo começou

Nasci aos oito dias do mês de março do ano de 1989  "Dia Internacional da Mulher".
Até os meus 18 meses fui uma criança "dita normal".  Em setembro do ano de 1990 após uma crise de vomito fui internada com sintoma de desidratação. A médica que me atendeu não se preocupou em realizar nenhum exame. Na verdade ela só voltou a me olhar um dia depois de internada. Só que nesse período meu estado havia complicado, eu não alimentava, urinava e nem evacuava. Depois que meu pai reclamou para a medica do atendimento ela sugeriu que eu fosse retirada do hospital se ele não estava satisfeito. Em desespero ele procurou por um médico onde sua cunhada trabalhava. Ele me atendeu e fui internada em outro hospital da cidade. Mas também não fui feliz pois o medico era inexperiente e não conseguiu  diagnosticar o mal que me afligia. Vários médicos da minha cidade tentaram verificar o que eu tinha mas nenhum conseguiu. Precisei  de transfusão de sangue "agradeço ao meu padrinho" fui transferida para a  UTI e tudo estava mais complicado. O desespero de meu pai e mãe era tanto que eles apelaram para tudo,  Santo, espiritismo,  .... e depois do conselho de um médico conhecido de meu pai ele buscou a  minha transferência  para um hospital da capital Belo Horizonte a Santa Casa de Misericórdia. A transferência não era encorajada  pelos médicos de minha cidade e nem da Santa Casa. O médico que estava atendendo dizia que meu caso era clinico e com o tempo iria melhorar, os de Belo Horizonte diziam que não tinha médicos para me atender. Mas meus pais assumiram o risco e assim fui levada de ambulância em uma viagem de 400 Km sem o acompanhamento de um médico mas com o auxilio de uma auxiliar de enfermagem que era amiga de meu pai. Ao chegar em BH eu estava em choque não haviam médicos pediatras para atender. Quem me atendeu foram dois residentes que ficaram desorientados com o meu estado, eles conseguiram um médico cirurgião para fazer uma dissecação venosa e só ai foi possível que eu sofresse um transfusão de sangue e voltasse a responder aos estímulos. A partir desse momento o médico e residentes ali presentes  me encaminharam a vários exames e foram a busca de um cirurgião pediátrico que pudesse realizar uma cirurgia de urgência. Fui transferida para a UTI  onde aguardei até o dia seguinte quando um excelente medico saiu de um congresso e realizou a cirurgia que salvou a minha vida.
Foram dias muitos difíceis pra meu pai e minha mãe, eles não tinha dinheiro e nem onde ficar. Graças a bondade de um primo meus pais ficaram hospedados em sua casa. Alguns dias depois uma prima de minha mãe, hoje minha tia, acolheu meus pais em sua casa pelos dois meses que fiquei internada. Durante esse tempo passei por duas cirurgias. Minha mãe não podia me acompanhar e as visitas eram só uma vez por dia. Isso foi muito doloroso, comecei a sentir rejeitada e mal olhava para minha mãe. Como o choro não resolvia nada passei então  a arrancar os meus cabelos. Como em todo lugar, ali tinha pessoas boas que entendiam a minha situação e outras que classificava a minha dor como manha e isso só prejudicava o meu restabelecimento. Meus pais vendo essa minha dificuldade conseguiu no hospital a possibilidade de ficar um pouco mais comigo. Como disse depois de 2 meses entre a UTI, a semi UTI e duas cirurgias recebi alta.
Voltei a minha cidade onde fui recebida com uma novena em agradecimento a Nossa Senhora da Rosa Mística.  Todos pensavam que havia acabado.

1 comentários:

Anônimo,  26 de junho de 2012 às 16:54  

Nossa adorei o blog nossa esclareceu tanta coisa que tinha duvidas na deficiencia do meu primo .Obrigado

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